22 de Março – Dia Mundial da Água

270

A cidade de Caxambu nasceu a partir das suas maravilhosas águas minerais, puras e medicinais. Por isso, em seu Brasão, existem símbolos que remetem essas águas. No topo, observamos a coroa da fonte Dom Pedro em cima de um pedestal, com três torneiras jorrando água sobre o escudo, assim como ocorre nas 12 fontes do nosso Parque, noite e dia.

Caxambu é considerada como o maior complexo Hidromineral do Planeta e possui águas minerais naturais que são verdadeiros medicamentos compostos pela natureza que só elas possuem.

As 12 fontes estão localizadas no Parque das Águas Lysandro Carneiro Guimarães, maior patrimônio natural e cada uma tem sua singularidade.

Fonte Dom Pedro – foi a primeira fonte a ser descoberta e seu nome é uma homenagem ao Imperador Dom Pedro II, por isso há uma pilastra central com uma grande coroa na parte interna. Sua construção tem inspiração nas linhas arquitetônicas clássicas. Suas águas têm uma grande quantidade de gás carbônico e de radioatividade. É bicarbonatada, fluoretada e radioativa. Indicada para problemas digestivos, dispepsia e digestões lentas, purifica o sistema hepato-renal. Não recomendada para gastrite.

Fonte Viotti – construída na década de 1910 e reconstruída por volta de 1950, desenhada pelo arquiteto A. Telles, revestida de pedras. Seu nome homenageia o médico Policarpo Viotti, um dos pioneiros na cidade, responsável por grandes melhorias, além de organizar e reestruturar a Empresa de Águas. Antigamente, essa fonte ficava trancada e só era possível fazer uso das águas acompanhado de um funcionário. É ferruginosa, fluoretada e radioativa. Possui efeito diurético e depurativo, é utilizada para dissolver cálculos renais e podem causar insônia.

Fonte Venâncio – durante um tempo, foi considerada a fonte mais nova do Parque, homenageando o Sr. Venâncio da Rocha Figueiredo, que trabalhou nas primeiras captações das fontes Dom Pedro, Duque de Saxe e Viotti. Após um período em que as águas “secaram”, Venâncio conseguiu trazê-las novamente à superfície. Suas águas foram responsáveis por abastecer os banhos carbogasosos no Balneário, devido a grande quantidade de gás. É bicarbonatada, cálcica, magnesiana, fluoretada e radioativa. Indicada para hipertensão arterial.

O bosque que havia em volta da Fonte Venâncio, deu lugar a alamedas, caminhos, clareiras e uma fonte de águas quentes que lança jatos intermitentes – O Gêiser – proporcionando banhos a quem quiser usufruir do espetáculo da natureza.

Fontes Mayrink – foram captadas na última década do século XIX e prestam homenagem ao presidente e reformulador da Empresa de Águas Minerais, Conselheiro Francisco de Paula Mayrink, além de ter finalizado as obras da Igreja de Santa Isabel da Hungria com seu próprio dinheiro.

Mayrink 1 – radioativa. Utilizada para gargarejos. É anti-séptica e anti-inflamatória.

Mayrink 2 – fluoretada e radioativa. Indicada para irritação nos olhos.

Mayrink 3 – fluoretada e radioativa. Utilizada no engarrafamento, em diferentes banhos do balneário e nas piscinas.

Fonte Ernestina Guedes – seu antigo nome era Fonte Dona Thereza Cristina, homenagem à Imperatriz. Dali saía um gás forte que era usado para descongestionar as vias nasais e os pulmões. Mas, em meados do século XIX, suas águas secaram e por isso, foi preciso realizar uma segunda inauguração. Em 1990, o nome passou a ser Ernestina Guedes para homenagear a família Guedes. É bicarbonatada, cálcica, rica em magnésio, fluoretada, ferruginosa e radioativa. Indicada para doenças dermatológicas.

Fonte Dona Leopoldina – recebeu o nome em homenagem à filha do Imperador Dom Pedro II, casada com Duque de Saxe. Essa fonte surgiu após a demolição de um imóvel. A água é bicarbonatada, sódica e fluoretada, rica em manganês, tem alto teor de gás carbônico, é indicada como medicamento para as funções gastrointestinais e hepatobiliares. Essa água pode causar um efeito laxativo para quem faz consumo principalmente de carne, conservas e produtos animais.

Fonte Duque de Saxe – o projeto arquitetônico dessa fonte é de 1913 e esta foi nomeada para homenagear o genro do Imperador Dom Pedro II e marido de Dona Leopoldina. Nela, encontra-se uma associação natural das águas gasosas alcalinas com as férreo-gasosas, bem como em sua composição, encontra-se também o elemento enxofre (de maneira acentuada) e por isso é conhecida como fonte sulfurosa. Suas águas têm ação terapêutica sensação de dor ou desconforto na parte superior do abdome como: indigestão, gases, saciedade precoce, empachamento ou queimação e tratamento de doenças comuns no fígado.

Fonte Beleza – foi perfurada em 1866 pelo Dr. Viotti. Sua nascente ficava atrás do antigo prédio do Balneário e por um período ficou seca, voltando a jorrar repentinamente, recebendo o nome de Fonte Beleza pela admiração que causava. Bicarbonatada, cálcica, fluoretada, ferruginosa e rica em magnésio e sais minerais, é um grande tônico para o organismo. Possui efeito calmante, hidratante e nutritivo para a pele. Indicada para problemas alérgicos.

Fonte Dona Isabel e Conde D’Eu – dois chalés que foram unidos, transformados em uma única fonte, onde, moldaram duas mãos unidas representando o casal imperial, assim como o nome da fonte. Estão entre as fontes mais antigas do Parque, descobertas por Oliveira Maffra em 1846/1847, contêm águas ferruginosas, excitantes, tônicas e diuréticas, com indicações para anemias em geral, clorose, perturbações da puberdade etc. A Dona Isabel possui uma dose maior de ferro.

As águas ingeridas nas fontes apresentam temperatura própria, ionização das substâncias dissolvidas e um certo grau de radioatividade.

O Balneário Hidroterápico, com sua beleza arquitetônica, oferece vários tipos de banhos, todos usando as águas minerais das fontes Mayrink, atraindo assim, turistas de várias partes do país.

(Fonte: Livro Fonte Floriano de Lemos – Volume 1 – O Parque das Águas de Caxambu | Centro de Documentação e Memória da Câmara Municipal de Caxambu)